terça-feira, 16 de dezembro de 2003

corpo

O teu corpo era uma cidade adormecida
à espera de beijos
os profundos bocejos
que se ouviam na penumbra
eram gritos de prata da solidão mais funda
O teu ventre rosado de penugem
ocultava segredos
desenhava mapas para os meus dedos
que se estendiam meigos
do infinito até ao cume dos teus seios
E o teu rosto era o jardim da cidade
que é preciso
nos teus olhos brincavam crianças
saltitando entre os canteiros do teu riso