sábado, 29 de março de 2008

April come I will

Em Abril, como é costume, o meu velho coração bêbado do pólen, desata a correr por montes e vales à procura de borboletas, flores e emoções esquecidas. Pobre coração! Vai acabar por se estatelar num qualquer buraco frio, lamacento e dissimulado aos olhos que, de tanto procurarem, à distância, não acautelam convenientemente a certeza dos passos.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Ironia

Dias há em que a ironia é o único sopro de resistência ao absurdo da vida...

terça-feira, 11 de março de 2008

PS

A demissão do treinador do Benfica foi a grande notícia de hoje. A ter acontecido um dia antes bom jeito faria ao governo. Desvanecia, sobremaneira, o impacto mediático da manifestação dos professores e o engenheiro até podia fazer a corridinha matinal descontraído, a assobiar para o ar e a fingir que tudo estava bem no seu fermoso reyno de Portugal e dos Algarbes.

a circunstância

"I always believed it was the things you don't choose that makes you who you are. Your city, your neighborhood, your family." Primeiras linhas do filme "gone baby gone".
Eu confesso que adormeci no sofá a ver o resto do filme. Mas ficou esta frase a latejar-me na memória.

Parte 2

Camacho, o salvador da pátria benfiquista, cansado de empates caseiros e de lenços brancos, bateu com a porta. Atraiçoado pelos resultados, incompreendido pelos jogadores, vaiado pelo público. Jodido, dirá ele.
O epitáfio mais usado foi um provébio chinês: "nunca voltes a um lugar onde foste feliz"
E não é que, mais uma vez, a milenar sabedoria chinesa tem carradas de razão? O aforismo é válido tanto no futebol como no cinema como na vida.
Nos filmes, já eu sabia e isso é fácilmente demonstrável - as continuações são sempre de qualidade inferior ao modelo original.
E, bem vistas as coisas, no jogo de relações que compôem a vida, ainda é mais evidente- as segundas tentativas descambam sempre numa via-sacra de consequências dolorosas. Com direito a arrependimento mas sem a devida compensação por perdas, danos e sonhos perdidos.

sábado, 1 de março de 2008

silêncio

há diálogos mais vazios do que o próprio silêncio
há silêncios mais expressivos do que certas palavras

amor é

“o amor é saber que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer. o amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte de nós que não é nossa. o amor é sermos fracos. o amor é ter medo e querer morrer.”

A paixão é uma festa e um veneno, rosa e cicuta, rima com puta, agora sim, palavra certa para tanto fogo e tanta mágoa


Agora que passou o dia institucional do amor formatado e lamechas aqui ficam duas propostas de definição para esse sentimento que sempre incomodou os poetas.

Apesar de tudo não muito distantes do “fogo que arde sem se ver “… aliás, até semelhantes no jogo de antíteses e emoções contraditórias.

Já agora, porque se lembraram de assinalar o dia dos namorados em Fevereiro? Quem é que se apaixona em pleno Inverno?