terça-feira, 18 de novembro de 2008
Cântico Negro - José Régio
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Ausência
Ó patego, olha o balão!
Andou por aí um americano cheio de massa (dizem) que farto de se ver assediado pelos media, e, talvez, sem mais nada pra dizer, se lembrou de lançar a ideia de construir uma base espacial no nosso país.
Notícia de primeira página: deleitam-se os jornalistas, interroga-se o ministro, reúnem-se os comentaristas, entusiasma-se o pobinho…
Notícia de primeira página: deleitam-se os jornalistas, interroga-se o ministro, reúnem-se os comentaristas, entusiasma-se o pobinho…
Sem que nem uma voz sensata se interrogue para que raio precisamos nós de uma estação espacial.
Só se for para pôr em órbita alguns caralhetes, digo eu . E nem é preciso puxar muito pela cabeça para trazer à ideia uma larga dúzia de potenciais candidatos.
Só se for para pôr em órbita alguns caralhetes, digo eu . E nem é preciso puxar muito pela cabeça para trazer à ideia uma larga dúzia de potenciais candidatos.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
experiência
Não vejas os fracassos ou os sucessos que ocorrem na tua vida em termos simples de derrotas ou vitórias, mas antes como um somatório de experiência que te tornam mais completo.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Alice no país das ... dúvidas. Que maravilha!
sábado, 28 de junho de 2008
O mundo ao contrário
Se nos colocamos de cabeça para baixo e olhamos para um objecto, um local ou uma paisagem, quase não os reconhecemos. Até o som parece diferente.
A diferença de perspectiva altera bastante a ideia que temos das coisas.
É um óptimo exercício de relaxamento.
É nesta posição acrobática que eu consigo entender melhor certos processos de funcionamento do mundo …e passar uma tarde a olhar para a televisão.
...nada com uma tarde de calor para refogar o desgosto!
A diferença de perspectiva altera bastante a ideia que temos das coisas.
É um óptimo exercício de relaxamento.
É nesta posição acrobática que eu consigo entender melhor certos processos de funcionamento do mundo …e passar uma tarde a olhar para a televisão.
...nada com uma tarde de calor para refogar o desgosto!
sexta-feira, 27 de junho de 2008
de passagem
alta, etérea, distante
assim passaste, à pressa, pela noite e por mim.
um leve aceno sem sabor
sem perfume sem promessa
faltou o sorriso
faltou-me a coragem
assim passaste, à pressa, pela noite e por mim.
um leve aceno sem sabor
sem perfume sem promessa
faltou o sorriso
faltou-me a coragem
Democracia
A influência pode ser tanto ou mais poderosa que a autoridade.
Pode exercer-se o poder através da autoridade ou, mais subtilmente, pela influência que é exercida sobre quem a detém.
Quer isto dizer que, como no jogo do xadrez os movimentos das peças são apenas o resultado de múltiplas operações mentais, no sistema de governo as decisões são determinadas por complexas redes de intriga e por influência de eminências pardas que passam despercebidas ao cidadão comum.
Na verdade, os autênticos centros do poder não são as câmaras mas os corredores, são os bastidores e não o palco.
Deve ser isto a democracia…
Na verdade, os autênticos centros do poder não são as câmaras mas os corredores, são os bastidores e não o palco.
Deve ser isto a democracia…
terça-feira, 24 de junho de 2008
Adeus princesa
Perdoa se trago em mim tantos sonhos escondidos
que não te sei contar
(É crua a luz e frouxo o acerto).
Hoje, quanto espero, são acenos breves
Hoje, quanto espero, são acenos breves
e folhas secas para marcar as páginas
de um romance esquecido.
Adeus princesa, eu fico.
Mas tu, os teus olhos e o silêncio, guardo-os comigo.
Adeus princesa, eu fico.
Mas tu, os teus olhos e o silêncio, guardo-os comigo.
domingo, 22 de junho de 2008
Era uma vez (outra vez)
Descobri-te, estava o dia a nascer. Nos teus olhos, cansados da noite, não descobri nada de novo. Nada de novo em mim também, excepto o antigo e incómodo sentimento
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Dia de enganos
O mundo está todo ao contrário. O futebol também. Hoje assisti ao impensável, ver o Nuno Gomes e o Postiga marcarem cada um o seu golito. Também é verdade que, mesmo assim, a Selecção perdeu. E bem! Contra os alemães, de quem iamos fazer gato-sapato.
Voltamos ao tempo das vitórias morais e das saídas de cabeça erguida. Sem lágrimas, desta vez. Vá lá...
domingo, 15 de junho de 2008
Apito dourado 1
Até parece que o Apito Dourado não é mais que uma mera discussão jurídica acerca da validade das escutas telefónicas.
Como se além de cega e morosa a justiça tenha também que ser surda às novas tecnologias e aos esforços tendentes a evitar que certos sectores continuem fora ou acima do alcance da lei.
As famigeradas ET’s, como são designadas nos processos, cuja linguagem, teor e alcance fazem corar qualquer pessoa com um mínimo de decência, são provas mais que evidentes que o futebol é o jogo do vale-tudo, onde a manipulação de resultados e a viciação dos campeonatos são jogadas perfeitamente normais.
E em que a verdade tem que se curvar, tantas vezes, à vontade dos mais poderosos, dos mais influentes ou dos mais reguilas.
Haja vergonha!
Haja vergonha!
terça-feira, 3 de junho de 2008
Espera
"How much of human life is lost in waiting?"
... porque nenhum sofrimento é redentor
e nunca espera alguma vale a pena!
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Pássaro ferido
Vieste de mansinho, quase a medo
em segredo como convém a uma ave em fuga.
Estavas bela, triste e transparente
e eu, ausente, sonhava com a lua.
em segredo como convém a uma ave em fuga.
Estavas bela, triste e transparente
e eu, ausente, sonhava com a lua.
Pensamento
Depois de ter criado tantas convenções para respeitar, tantas grilhetas que o aprisonam, tantos deveres que o impedem de ser feliz porque é que se continua a dizer que o homem é o único animal inteligente?!!
Até dos dias mais estéreis se pode retirar algo que valha a pena lembrar.
Até dos dias mais estéreis se pode retirar algo que valha a pena lembrar.
terça-feira, 27 de maio de 2008
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Depressão
Um feriado com chuva (como deviam ser todos, aliás) propício às artes caseiras da preguiça e da contemplação. Às voltas no sofá e com a cabeça às voltas como um adolescente deprimido. E a culpar o tempo pela frivolidade e vazio das horas.
Mas, pensando bem, deve haver qualquer coisa errada com o clima. Talvez até se justifique o alarme dos ambientalistas. Já é Maio e mais parece Inverno.
Quem se deve estar a rir é a Senhora das Candeias!...
terça-feira, 13 de maio de 2008
Valores
- "O que me inveja não são esses jovens, esses fintabolistas, todos cheios de vigor. O que eu invejo, doutor, é quando o jogador cai no chão e se enrola e rebola a exibir bem alto as suas queixas. A dor dele faz parar o mundo. Um mundo cheio de dores verdadeiras pára perante a dor falsa de um futebolista. As minhas mágoas que são tantas e tão verdadeiras e nenhum árbitro manda parar a vida para me atender, reboladinho que estou por dentro, rasteirado que fui pelos outros. Se a vida fosse um relvado, quantos penalties eu já tinha marcado contra o destino?"
A um mês do começo de uma nova campanha de exaltação patriótica e de entronização de heróis de ocasião, talvez valha a pena ler Mia Couto e reflectir um bocadinho sobre a natureza da nossa escala de valores.
Jogo de lágrimas
Mesmo que nos julguemos preparados para tudo, ainda assim a vida, consegue, às vezes, abater-nos com caprichos imbuídos da mais pura crueldade.
O episódio registado, hoje, no estádio do Vizela é digno de figurar em qualquer antologia do sofrimento: quatro mil gargantas, a escassos minutos de completar o sonho, passaram assombradas, da estridente alegria para o mais desencantado silêncio.
Ninguém morreu (ao que consta) e a vida continua mas, acredito que, nenhum dos presentes esquecerá jamais esse remoinho de desilusão. E, para mim, fica a ideia de que o silêncio pode ser a mais crua e comovente expressão do desespero.
O episódio registado, hoje, no estádio do Vizela é digno de figurar em qualquer antologia do sofrimento: quatro mil gargantas, a escassos minutos de completar o sonho, passaram assombradas, da estridente alegria para o mais desencantado silêncio.
Ninguém morreu (ao que consta) e a vida continua mas, acredito que, nenhum dos presentes esquecerá jamais esse remoinho de desilusão. E, para mim, fica a ideia de que o silêncio pode ser a mais crua e comovente expressão do desespero.
sábado, 3 de maio de 2008
DesMaio
- "Aunque éste sea el último dolor que ella me causa, y éstos sean los últimos versos que yo le escribo."
Ser Maio outra vez na tua ausência
e ter a tua imagem nos meus olhos vívida e presente.
Ver as folhas mudar no calendário,
brotarem outras novas e tão verdes,
ver florir o verde na paisagem- dizem que é esperança tanto verde-
E eu sem fé, sem norte, e sem vontade.
Sabes que, às vezes, o desejo de inventar o teu corpo
e descobrir-te
sobrepõe-se ao eco dos teus gritos,latentes, latejando em minhas fontes?...
E sofro vastos dias de ressaca da bebedeira antiga que não curo.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Balanço
- ao fim e ao cabo vivemos poucos versos
de um poema inacabado e imperfeito
só com o tempo é que se ganha jeito
e vontade para ligar sonhos dispersos
Noite
- The still waters of the water under a frond of stars. The still waters of your mouth under a thicket of kisses.
A tua sombra na parede do quarto. Os meus braços na tua cintura. A tua luz a encher a noite.
-Pára!
O tempo parado. A tua cabeça no meu peito. Os meus dedos nos teus cabelos. O teu calor na minha pele.
Dormir e acordar com a sensação um pouco longínqua, como se ainda de sonho se tratasse, de que, mais tarde, quando o relógio bater as horas certas, voltaremos a ser estranhos outra vez.
-Pára!
O tempo parado. A tua cabeça no meu peito. Os meus dedos nos teus cabelos. O teu calor na minha pele.
Dormir e acordar com a sensação um pouco longínqua, como se ainda de sonho se tratasse, de que, mais tarde, quando o relógio bater as horas certas, voltaremos a ser estranhos outra vez.
terça-feira, 1 de abril de 2008
Alone again (naturally)
Desconfio que a minha cotação entre a comunidade feminina anda um bocadinho em baixa. Até a gata fugiu de minha casa esta noite...
Deixá-las! Antes só que mal amado.
Deixá-las! Antes só que mal amado.
Treinadores
Se os treinadores de futebol fossem julgados pelas suas intenções todos eram ganhadores como Mourinho. Como são avaliados pelos resultados, à maioria apenas resta recitar o mestre e malbaratar o seu talento incompreendido em clubes de segunda escolha ou como comentadores da Sport TV. Amaldiçoando a injustiça de que são alvo e o azar que os persegue...
Fátima
- "Aos deuses peço só que me concedam o nada lhes pedir…"
Passei em Fátima este fim-de-semana.
A minha ligação com Fátima é um misto de reverência e de rejeição. Como, aliás, com a própria religião, em si. Uma relação ambivalente de amor e ódio. Mas não de indiferença, como eu, se calhar, preferia.
Fátima é, no fundo, aquilo que os olhos de cada um quiserem ver: ou um espaço sagrado ou uma praça de penitências ou um comércio de fé…
Mas o que é impressionante, mais que a imponência do lugar, é a capacidade de sacrifício de alguns peregrinos. Impressionante e comovente.
sábado, 29 de março de 2008
April come I will
Em Abril, como é costume, o meu velho coração bêbado do pólen, desata a correr por montes e vales à procura de borboletas, flores e emoções esquecidas. Pobre coração! Vai acabar por se estatelar num qualquer buraco frio, lamacento e dissimulado aos olhos que, de tanto procurarem, à distância, não acautelam convenientemente a certeza dos passos.
sexta-feira, 28 de março de 2008
terça-feira, 11 de março de 2008
PS
A demissão do treinador do Benfica foi a grande notícia de hoje. A ter acontecido um dia antes bom jeito faria ao governo. Desvanecia, sobremaneira, o impacto mediático da manifestação dos professores e o engenheiro até podia fazer a corridinha matinal descontraído, a assobiar para o ar e a fingir que tudo estava bem no seu fermoso reyno de Portugal e dos Algarbes.
a circunstância
"I always believed it was the things you don't choose that makes you who you are. Your city, your neighborhood, your family." Primeiras linhas do filme "gone baby gone".
Eu confesso que adormeci no sofá a ver o resto do filme. Mas ficou esta frase a latejar-me na memória.
Eu confesso que adormeci no sofá a ver o resto do filme. Mas ficou esta frase a latejar-me na memória.
Parte 2
Camacho, o salvador da pátria benfiquista, cansado de empates caseiros e de lenços brancos, bateu com a porta. Atraiçoado pelos resultados, incompreendido pelos jogadores, vaiado pelo público. Jodido, dirá ele.
O epitáfio mais usado foi um provébio chinês: "nunca voltes a um lugar onde foste feliz"
E não é que, mais uma vez, a milenar sabedoria chinesa tem carradas de razão? O aforismo é válido tanto no futebol como no cinema como na vida.
Nos filmes, já eu sabia e isso é fácilmente demonstrável - as continuações são sempre de qualidade inferior ao modelo original.
E, bem vistas as coisas, no jogo de relações que compôem a vida, ainda é mais evidente- as segundas tentativas descambam sempre numa via-sacra de consequências dolorosas. Com direito a arrependimento mas sem a devida compensação por perdas, danos e sonhos perdidos.
sábado, 1 de março de 2008
silêncio
há diálogos mais vazios do que o próprio silêncio
há silêncios mais expressivos do que certas palavras
há silêncios mais expressivos do que certas palavras
amor é
“o amor é saber que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer. o amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte de nós que não é nossa. o amor é sermos fracos. o amor é ter medo e querer morrer.”
“A paixão é uma festa e um veneno, rosa e cicuta, rima com puta, agora sim, palavra certa para tanto fogo e tanta mágoa”
Agora que passou o dia institucional do amor formatado e lamechas aqui ficam duas propostas de definição para esse sentimento que sempre incomodou os poetas.
Apesar de tudo não muito distantes do “fogo que arde sem se ver “… aliás, até semelhantes no jogo de antíteses e emoções contraditórias.
Já agora, porque se lembraram de assinalar o dia dos namorados em Fevereiro? Quem é que se apaixona em pleno Inverno?
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Saudade
"Uns olhos que me olharam com demora
não sei se por amor se por piedade
fizeram-me pensar na morte e na saudade
que eu sentiria se morresse agora"
A saudade... Essa moléstia típica do sentir português; esse não-sei-quê impossível de se exprimir noutra língua.
Que raio de lugar para nascer! Um país de sol e de fado, de sentimento indefinido e de destino adiado...
não sei se por amor se por piedade
fizeram-me pensar na morte e na saudade
que eu sentiria se morresse agora"
A saudade... Essa moléstia típica do sentir português; esse não-sei-quê impossível de se exprimir noutra língua.
Que raio de lugar para nascer! Um país de sol e de fado, de sentimento indefinido e de destino adiado...
domingo, 3 de fevereiro de 2008
Mulheres
"Porque vocês mulheres são é todas doidas!!, disse o nosso sexólogo. Aliás, com carradas de razão."
Isabel Stilwell in "Guia para ficar a saber ainda menos sobre as mulheres"
E se ela o diz...
Isabel Stilwell in "Guia para ficar a saber ainda menos sobre as mulheres"
E se ela o diz...
domingo, 20 de janeiro de 2008
Era uma vez...
e eu fingi que era o mar.
Falámos da vida, de castelos e de sonhos
e eu sonhei que eras a princesa
à espera do beijo para acordar prá vida
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Infelicidade
Les vieux ne bougent plus, leurs gestes ont trop de rides, leur monde est trop petit
Du lit à la fenêtre, puis du lit au fauteuil et puis du lit au lit
Et s’ils sortent encore bras dessus, bras dessous, tout habillés de raide
C’est pour suivre au soleil l’enterrement d’un plus vieux, l’enterrement d’une plus laide
Et le temps d’un sanglot, oublier toute une heure la pendule d’argent
Qui ronronne au salon, qui dit oui qui dit non, et puis qui les attend
Du lit à la fenêtre, puis du lit au fauteuil et puis du lit au lit
Et s’ils sortent encore bras dessus, bras dessous, tout habillés de raide
C’est pour suivre au soleil l’enterrement d’un plus vieux, l’enterrement d’une plus laide
Et le temps d’un sanglot, oublier toute une heure la pendule d’argent
Qui ronronne au salon, qui dit oui qui dit non, et puis qui les attend
Les vieux ne meurent pas, ils s’endorment un jour et dorment trop longtemps
Ils se tiennent la main, ils ont peur de se perdre et se perdent pourtant
Vous le verrez peut-être, vous la verrez parfois en pluie et en chagrin
Traverser le présent en s’excusant déjà de n’être pas plus loin
Et fuir devant vous une dernière fois la pendule d’argent
Qui ronronne au salon, qui dit oui qui dit non, qui leur dit : je t’attends
Qui ronronne au salon, qui dit oui qui dit non et puis qui nous attend.
Ils se tiennent la main, ils ont peur de se perdre et se perdent pourtant
Vous le verrez peut-être, vous la verrez parfois en pluie et en chagrin
Traverser le présent en s’excusant déjà de n’être pas plus loin
Et fuir devant vous une dernière fois la pendule d’argent
Qui ronronne au salon, qui dit oui qui dit non, qui leur dit : je t’attends
Qui ronronne au salon, qui dit oui qui dit non et puis qui nous attend.
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